Telemedicina em favelas facilita atendimento a moradores durante pandemia.

Data: 21.07.2020

O medo do novo coronavírus fez com que a mãe da auxiliar de limpeza Gláucia Gois, 45, abandonasse o tratamento contra a depressão —ela convive com a doença desde meados dos anos 2000, mas, segundo a filha, os sintomas se intensificaram após a morte de seu irmão, há um mês. Gláucia, a mãe e a avó moram na comunidade de Mãe Luiza, em Natal (RN). “Minha mãe não saía do quarto, não falava com ninguém. A gente sabia que precisava aumentar a dose do remédio, mas por causa da pandemia, estava apreensiva em tirá-la de casa”, conta a filha. Foi quando Gláucia soube, por uma amiga, que a ONG SAS Brasil realizava consultas médicas via telemedicina em comunidades pelo país. O serviço de telemedicina foi aprovado no Brasil durante a pandemia de coronavírus. “Nunca tive dinheiro para pagar médico, comprar remédio. Esse atendimento foi uma bênção”, disse a auxiliar de limpeza.

 

A iniciativa da ONG acontece em parceria com líderes comunitários, que ficam responsáveis por divulgar o contato aos moradores de favelas de mais de cem cidades do Brasil. Além do serviço telefônico, em três delas —São Paulo, Rio e Natal—, há voluntários que se prontificam a ir até as casas das pessoas quando há necessidade. Foi o caso de Gláucia —ao UOL, ela disse que não tem medidor de pressão nem de glicemia em casa, e que o médico, via telemedicina, pediu esses dados. Enfermeiras voluntárias “cheias dessas roupas de proteção, por causa da covid” foram até sua casa e fizeram o atendimento. “Minha mãe começou a fazer terapia virtualmente, mas ela está muito irritada, ainda.

 

Diz que não gosta de psicólogo, tá muito difícil. Marcamos, então, uma consulta com um psiquiatra para que ela possa ser medicada”, explica a filha. A avó de Gláucia, contudo, sofre de um quadro leve de alzheimer e tem diabetes.”Minha avózinha já é mais carinhosa, brincou com o médico na ligação de vídeo, mesmo sem entender direito o que estava acontecendo. Depois, eu expliquei. As duas foram muito bem atendidas. Agora, minha avó aguarda a consulta com um geriatra, que está marcada para a próxima semana”. A ideia é que o contato do grupo seja espalhado apenas entre quem mora nas favelas, para que pessoas mais favorecidas economicamente não se aproveitem do atendimento gratuito.

 

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