Cuidados com a Pele no Inverno.

Data: 14.07.2020

O Prof. Dr. Mario Cezar Pires, Dermatologista, Alergista e um dos Sócios Fundadores do CEADS, além de ter sido seu Vice Presidente, durante mais de uma década, faz uma série de orientações úteis sobre os cuidados da pele no inverno.

 

Durante os meses de verão, as pessoas se preocupam em evitar danos à pele, como queimaduras solares e manchas. Além disso, já são bem conhecidos os riscos de cancer da pele e foto-envelhecimento associados à exposição solar intensa. Devido à divulgação pela mídia e campanhas educativas, o uso de fotoprotetores é bem difundido. Mesmo assim, os dermatologistas ainda vêm muitas lesões de pele decorrentes da exposição solar inadequada. Durante os meses de inverno, os problemas são outros, mas prejudicam sobremaneira a qualidade de vida das pessoas. Durante os meses mais frios, a pele também necessita de cuidados especiais. A baixa umidade do ar, comum nesta época do ano, deixa a pele mais ressecada, com aspereza, escamas e até mesmo rachaduras. A diminuição da umidade do ar propriamente já é capaz de danificar a barreira cutânea, prejudicando a homeostase da pele, aumentando a perda transepidérmica de água para o ambiente e diminuindo a hidratação cutânea. Por outro lado, as pessoas tendem a tomar banhos mais quentes e demorados nos dias mais frios, o que aumenta o ressecamento da pele. A barreira cutânea danificada facilita a entrada de substâncias estranhas no organismo, como toxinas, irritantes e alégenos, facilitando a instalação de infecções, alergias e dermatites irritativas, agravando também várias doenças de pele. A coceira é o sintoma predominante quando a pele está ressecada e pode incomodar bastante durante o dia e às vezes à noite. O ato de coçar lesa mais ainda a barreira cutânea e facilita a instalação de infecções bacterianas e virais.

Desta forma, alguns cuidados devem ser tomados para evitar ou minimizar estes problemas:

  • tomar banhos mornos e não demorar muito (em média recomendamos no máximo 10 minutos)
  • utilizar sabonete suaves, preferencialmente líquidos
  • não usar buchas ou qualquer abrasivo
  • após o banho, enxugar-se com toalhas de algodão e macias, evitando esfregar em demasia
  • aplicar um bom hidratante, preferencialmente com recomendação médica, logo após o banho. Repetir a aplicação mais vezes se necessário
  • ingerir líquidos, preferencialmente água
  • usar roupas de algodão e não muito justas
  • ao lavar, não usar amaciantes e enxaguar bem as roupas, para evitar resíduos de sabão
  • evitar coçar a pele e ao menor sinal de infecção, procurar o seu médico

 

Mario Cezar Pires

Dermatologista e Alergista

Diretor da Gerência de Formação e Aprimoramento do Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos

Dermatologista do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo