Revista Radis aborda a epidemia de sífilis

Data: 17.09.2019

A médica de família Júlia Rocha registrou recentemente em sua página no Facebook indignação com um caso que atendeu: “Quando você descobre que aquela idosa de 80 anos que já passou por outros seis profissionais e está tomando diversos medicamentos psiquiátricos na tentativa de conter seus sintomas (sem sucesso) tem sífilis há décadas e isso causou comprometimento neurológico mas ninguém pediu um exame básico e, por isso, ela não foi tratada e sim rotulada de queixosa”. Nos comentários, uma colega reforça: “A sorologia para sífilis é exame de triagem em síndromes demenciais e sintomas ´psiquiátricos´ no idoso! Está no protocolo de investigação de demências! Como que ninguém pediu antes?!”

Esse “esquecimento” em torno da prevenção e tratamento da doença está cobrando o seu preço em termos de estratégias de saúde pública. Desde que foi tornada de notificação obrigatória, em 2010, os dados mostram curvas extremamente altas de crescimento da sífilis, mesmo sendo curável, com tratamento relativamente barato (o mais clássico dos antibióticos, a penicilina) e disponível na rede pública. O Brasil vive uma epidemia, reconhecida pelas autoridades de saúde em 2016. De qualquer ângulo que se olhem os dados epidemiológicos, a doença está crescendo. O número de infectados aumentou 48% de 2016 para 2017. No ano passado foram notificados 13.328 casos de sífilis adquirida, aquela que ocorre em adultos — para efeito de controle, ela é dividida em sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita (transmitida na gravidez ou parto para o bebê).

 

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